Cazuza e a glamorização da tragédia dos artistas vida loka

Cazuza e a glamorização da tragédia

O grande jornalista Nelson Mota publicou no seu Facebook uma postagem celebrando os 65 anos do Cazuza, texto que também foi publicado na sua coluna no Jornal O Globo, do dia 14 de abril. 

Nesse "textão", Nelsinho divaga com saudade sobre o que o artista poderia estar fazendo se hoje estivesse vivo. Cazuza morreu aos 32 anos em 1990, de aids depois de uma vida inteira de excessos, naquilo que alguns chamam de sexo, drogas e rock'n'roll. 

Essa glamourização de uma vida de excessos, autodestrutiva, é uma péssima influência para os jovens, ao romantizar esses excessos, sem mostrar o Lado B desse tipo de atitude e muitas vezes o preço que se paga por uma vida assim. 

É certo que alguns poucos Vida Loka foram artistas que deixaram algum tipo de legado, mas a maioria das pessoas que tentam essa empreitada acabam na miséria, na doença, na solidão e na morte precoce. 

É como o sonho de ser jogador de futebol. Nem 5% dos que tentam alcançam essa meta. A grande maioria sucumbe já nas primeiras peneiras. 

Além de Cazuza, há um  grande número de artistas que morreram antes de completar 28 anos, drogados, prostituídos, com o corpo e a vida pessoal destruída, enquanto brilhavam (ou não) nos holofotes da ribalta. 

Geralmente suas histórias são romantizadas contando apenas o lado engraçado, despojado, autêntico e personalista do artista. 

Se esquecendo de que são pessoas, muitas vezes feridas, que deixaram outras tantas pessoas feridas pelo caminho. 

Cazuza não completou 65 anos porque escolheu viver como rei de si mesmo. Rebelde, com sua falsa liberdade, escravo dos prazeres que cantou em verso e prosa. 

Ele bebeu o cálice de suas decisões. Uma vida sem Deus, como se não houvesse amanhã. E realmente não há. Temos apenas uma vida para conhecer a Deus e reconhecê-lo como Senhor. 

Minha oração sincera é para que poucos jovens escolham seguir o exemplo do Cazuza. Ele não é um exemplo saudável para crianças e adolescentes. 

Que eles possam se inspirar em outras pessoas que não foram glamorizadas pela mídia, mas viveram uma vida longa, temendo a Deus, em primeiro lugar.