Conheça o bispo Bruno Leonardo, o maior youtuber do Brasil
Nos últimos meses, uma figura até então desconhecida de muitos brasileiros se tornou o maior youtuber do Brasil. Sim, você leu certo. Nem Felipe Neto, nem Whindersson, nem nenhum dos nomes famosos. O topo do ranking agora pertence a Bruno Leonardo, bispo evangélico que lidera a Igreja Batista Avivamento Mundial, com sede em Salvador (BA). Mas quem é esse homem de fé que superou gigantes da internet? E o que há por trás de seu crescimento meteórico?
De pregador adolescente ao topo do YouTube
Bruno Leonardo teve seu encontro com Cristo aos 14 anos e, apenas um ano depois, já estava pregando a Palavra. Com um ministério centrado em orações e mensagens de fé, ele criou seu canal no YouTube em 2016. Desde então, publica vídeos diariamente em três horários fixos: às 5h, 18h e 0h.
Essa consistência, somada a um conteúdo acessível e voltado à edificação espiritual, ajudou a consolidar sua base de seguidores. Hoje, ele ultrapassou 60 milhões de inscritos — um número tão expressivo que o próprio YouTube o homenageou com a placa de 50 milhões, reconhecimento raro na plataforma.
O fenômeno que gerou polêmicas
O sucesso estrondoso, no entanto, levantou dúvidas e teorias. O humorista cristão Jonathan Nemer, por exemplo, relatou que foi inscrito no canal do bispo sem saber. Muitos usuários afirmaram o mesmo, alimentando a desconfiança de que algo estranho pode estar acontecendo. Há quem fale em inscrições automáticas, outros em estratégias de tráfego pago agressivas, o que de fato foi confirmado: o canal investe pesado em anúncios patrocinados.
Além disso, Bruno Leonardo já esteve envolvido em polêmicas com outros líderes religiosos — como o teólogo Caio Modesto, com quem travou uma batalha judicial — e até teve o nome citado em documentos da Polícia Federal sobre transações suspeitas feitas por sua igreja. Vale destacar que ele não é investigado formalmente, mas a controvérsia gerou desconforto.
Fé, marketing e o desafio da integridade
Outro ponto que gerou críticas veio dos irmãos Felipe e Lucas Neto, que acusaram o bispo de associar a bênção divina à inscrição no canal — prática que viola as regras do YouTube. Pedir para que as pessoas “se inscrevam para receber uma oração” pode até funcionar emocionalmente, mas levanta questões éticas e teológicas importantes: é legítimo usar a fé como moeda de troca por cliques?
O que podemos aprender com isso?
Independentemente das polêmicas, o crescimento de Bruno Leonardo revela duas coisas: há um enorme apetite por conteúdo cristão nas redes — e, ao mesmo tempo, há uma zona cinzenta entre evangelização, influência digital e marketing de audiência. É papel da Igreja e dos cristãos refletirem sobre esses limites.
Afinal, como disse o apóstolo Paulo: “Tudo me é permitido, mas nem tudo convém” (1 Coríntios 6:12). Quando a fé entra no algoritmo, é preciso sabedoria para não transformar o Evangelho em produto e o altar em palco de autopromoção.