Pastor Davi Passamani é preso por importunação sexual


O pastor Davi Passamani, fundador da igreja A Casa, usava versículos bíblicos para cooptar e, em seguida, praticar os crimes sexuais contra as vítimas. 

Segundo a delegada Amanda Menuci, o líder religioso escolhia mulheres fragilizadas emocionalmente e que estavam com problemas dentro do casamento.  

Davi foi preso pela Polícia Civil (PC) nesta quinta-feira, 4, em Goiânia, suspeito de importunar sexualmente uma jovem de 20 anos.  Esta não é a primeira vez que o pastor é investigado. 

Outros dois ex-membros do templo religioso já o denunciaram pelo mesmo crime desde de 2020. 

Porém, ele foi absolvido pela Justiça em um dos crimes e fez um acordo em outro, tendo que pagar R$ 50 mil à vítima por danos morais.

“O crime sexual ocorreu em dezembro de 2023. Tudo se dava devido à hierarquia religiosa que o pastor tinha sobre as vítimas. Para elas, o pastor era uma pessoa superior, visto até como um representante de Deus na Terra. Não há como falar com consentimento. A pesca era sempre se valendo da religião”, explicou a delegada.

Amanda diz que as vítimas procuravam Davi para contar sobre os problemas no casamento, a fim de buscar orientação. 

Se aproveitando disso, o líder religioso começava a conversar com as vítimas pelo meio digital e, depois de algumas mensagens, entrava no assunto sexual. 

No caso da nova vítima, além de mostrar os órgãos genitais para ela, o pastor teria determinado que ela se tocasse durante uma chamada de vídeo. 



Para a delegada, os pedidos eram como uma espécie de ordem, visto que as vítimas o tinham como um líder religioso. 

Em fevereiro ele foi ouvido pela PC e questionado sobre as acusações, mas permaneceu em silêncio. 

Davi chegou a renunciar ao cargo de presidente e líder religioso da igreja A Casa, em dezembro de 2023, depois da repercussão dos crimes sexuais.

“Naquela ocasião ele não representava risco, entretanto, a Polícia Civil teve notícias de que ele voltou a exercer a vida religiosa, que era o meio onde ele captava as vítimas. Diante disso, representamos pela prisão preventiva dele, buscando a proteção das mulheres que poderiam ser vítimas potenciais deste homem”, afirmou a delegada

A prisão de Davi foi chancelada pelo Ministério Público (MP) e decretada pela Justiça. Ele continua detido e à disposição do Poder Judiciário, segundo Amanda. 

O pastor, à princípio, será indiciado por importunação sexual.

“A imagem dele foi divulgada a fim de identificar novas vítimas e dar prosseguimento às investigações. Até o momento, temos apenas uma denúncia contra o pastor”, concluiu.